Já não consigo mais sonhar tendo o alvo que me motivava, não, não consigo mais seguir o caminho que tanto sonhei trilhar, sonhar, sorrir, chorar. Meu sonho se deteriora, por ora, agora, pra sempre. Sempre pensei, cantei, senti o mel, viajei no céu da sua boca, oca, sem rumo, sem vida, sofrida, nas asas do anjo, do amor, do sabor, do cheiro da idade, da saudade do seu dia, sendo um dia o seu guia, noite fria de calor, sem saber por onde fui, sozinho, com medo, segredo que não disse, vivendo, sonhando, morrendo, cantando, já não sinto a canção, já não bate o coração, já não tenho mais noção, já não sei se é tudo em vão, o fogo já não acende, já não tem mais o carvão, já não sinto o que é bom, já não ouço mais o som, já não ouço mais a batida, sinto saudade da partida, que um dia nunca foi, já não ouço mais um oi, era linda a melodia, era forte o que sentia, naquela noite bem fria, que não sei nem explicar, e nem sei mais expressar, e também não sei falar, já não posso nem mostrar, o que foi, o que será, o que era, o que não é, beleza é a mulher, pois o nome é feminino, feito um animal faminto, querendo alimentação, acelera o coração, batendo com toda força, que olhar perigoso moça, moço, rapaz, rapagão, já não sei se digo ou não, mas o tempo já passou, o meu sonho acabou, na fogueira de São João, morrendo por entre as brasas, logo na porta de casa, da casa do pesadelo, revelando o segredo, que agora eu vou contar, mas já não tenho tempo, pois justo nesse momento acabo de acordar.
Por: Adriano Santos
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