Ao longo da História muitos seres humanos conheceram a sinfonia da incompreensão e a melodia das rejeições. Ninguém os entendia, ninguém os apoiava, ninguém acreditava neles. Aprisionados na terra da solidão, só podiam contar com a força dos seus sonhos e da sua fé. Suportaram avalanches por fora e terremotos por dentro.
Sócrates, Platão, Aristóteles, Agostinho, Spinosa, Kant, Descartes, Hegel, Einstein e tantos outros foram dominados e impulsionados por seus sonhos. Brilharam como pensadores. Seus pensamentos tornaram-se chuva tranquila que irrigou os excelentes campos das ideias. Mas onde estão os pensadores da atualidade?
Centenas de milhões de jovens estão nas escolas em todo o mundo, mas são vítimas de uma educação em crise. Os professores estão se transformando em máquinas de ensinar, e os alunos, em máquinas de aprender.
O futuro da humanidade depende da educação. Os jovens de hoje serão os políticos, os empresários e os profissionais de amanhã. A educação não precisa de consertos, mas de uma revolução.
Nessa revolução, em primeiro lugar, é necessário que os professores sejam valorizados e aliviados. Nunca uma classe tão nobre foi tão desprestigiada profissionalmente. Eles deveriam trabalhar menos e ganhar mais.
Os professores da pré-escola à universidade deveriam ter um salário igual ou melhor do que os dos juízes, dos promotores, dos psiquiatras, dos psicólogos clínicos, dos generais, dos chefes de polícia. Por quê?
Porque o trabalho deles é tão importante quanto o de todos esses profissionais. Os professores educam a emoção e trabalham nos solos da inteligência para que os jovens não adoeçam em sua mente, não se setem nos bancos dos réus, não façam guerras.
Quem é o mais importante: aquele que previne as doenças ou aquele que as trata? A medicina preventiva é, certamente, mais importante do que a curativa. Os educadores são os profissionais que mais contribuem para a humanidade. Todavia, eles estão em um dos últimos lugares na escala profissional.
Muitos profissionais são tratados com mais dignidade do que eles. O mais triste é saber que os professores cuidam dos filhos dos outros, mas muitas vezes não têm recursos para educar seus próprios filhos.
Muitas escolas particulares querem pagar salários melhores para seus mestres, mas não suportam. Os governos deveriam subsidiá-las, deveriam resgatar também a dignidade das escolas públicas.
Alguém poderia argumentar dizendo que os governos faliriam se investissem fortemente na educação. Se metade do orçamento das forças armadas, do dinheiro gasto com as pesquisas com antidepressivos, com o aparato policial, com o combate ao uso de drogas fosse investido na educação, os jovens teriam mais chances de ser menos repetidores de informações e mais pensadores, menos doentes e mais sábios, menos frustrados e mais sonhadores.
O caos da humanidade é reflexo de desprezo que as sociedades modernas têm pela educação. Nos discursos políticos a educação está em primeiro lugar, na ação concreta está em último. As sociedades que desprezam os educadores desprezam seus jovens, asfixiam seu futuro. A juventude tem sido massacrada pelo sistema. Nossos filhos estão perdendo sua identidade, são tratados como consumidores.
O índice de agressividade, ansiedade, depressão, farmacodependência, alienação social entre os jovens cada vez aumenta mais. Os professores estão estressados e os alunos, ansiosos. Quando vamos acordar?
Nunca desista de seus sonhos